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Jorge Volpi vence o prêmio Alfaguara de literatura com a obra "Una novela criminal"

Autor levou para casa 175 mil dólares e um troféu | Foto: Luis Ángel / Divulgação / CP
Autor levou para casa 175 mil dólares e um troféu | Foto: Luis Ángel / Divulgação / CP
O escritor mexicano Jorge Volpi foi anunciado nesta quarta-feira como o vencedor de 2018 do prêmio Alfaguara de literatura pelo livro "Una novela criminal". "É uma novela sobre a busca da verdade" e que "reativa o debate sobre o nosso sistema de justiça", afirmou o autor, que levou para casa 175 mil dólares e não compareceu à cerimônia em Madrid, por teleconferência. Aos 49 anos, com sua "história fascinante sem ficção", que aprofunda o caso da francesa Florence Cassez, protagonista de uma saga legal que mobilizou México, ele se torna a terceira pessoa de seu país a receber a honraria.
Florence foi presa em 8 de dezembro de 2005 com seu ex-namorado mexicano, Israel Vallarta, em uma rodovia ao sul da Cidade do México. Horas depois, a polícia orquestrou diante das câmeras da rede de televisão nacional a captura dos dois em uma fazenda, precedida pela libertação de três reféns que teriam sido sequestrados por eles. A mulher foi inicialmente sentenciada a 60 anos de prisão por sequestro, embora tenha sido libertada em janeiro de 2013, após o Supremo Tribunal decretar que não gozava do devido processo. O homem continua preso, ainda que não tenha sido julgado.
Volpi explicou que a novela exigiu três anos de trabalho e fez com que ele reativasse seus conhecimentos sobre Direito. Além disso, ele entrevistou Florence no norte da França e Israel na prisão. Sobre a escrita deste livro, situado entre a literatura e jornalismo, ele analisou que o grande desafio era "que você não pode acreditar em nada do que o arquivo judicial diz", e que isso lhe custou deixar claro em "as enormes contradições entre a polícia e os diferentes funcionários do sistema de justiça mexicano". O caso estremeceu a relação  entre o México e a França, sob a presidência de Felipe Calderón (2006-2012) e Nicolas Sarkozy (2007-2012), respectivamente.
Isso melhorou, no entanto, sob o comando de Enrique Peña Nieto e François Hollande, que optaram pelo comércio bilateral. Além do valor em dinheiro, Volpi receberá uma escultura de Martín Chirino e seu livro será publicado pela editora que dá nome ao prêmio; chegará nas livrarias em 15 de março. Na edição de 2018, a organização do Alfaguar informou que foram recebidos 580 manuscritos, dos quais 261 vieram da Espanha, 88 da Argentina, 62 do México, 69 da Colômbia, 45 dos Estados Unidos, 21 do Chile, 22 do Peru e 12 do Uruguai. O júri foi presidido pelo escritor espanhol Fernando Savater.

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