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Pedra rejeitada

Padre Geovane Saraiva*
A imagem do Bom Pastor ou pedra angular, por analogia, é Jesus Cristo, compreendido aos olhos da fé, sem esquecer os olhos da razão, pedra que os pedreiros rejeitaram, que por inúmeras vezes o Livro Sagrado não deixa dúvida. Como é maravilhoso pensar na Igreja, tendo Cristo como o Bom Pastor, como pedra angular! E seus seguidores são como pedras vivas, formando o edifício espiritual, assegurando sua plenitude na filiação divina, tornando-se imagem e semelhança de Deus: “Quando Jesus se manifestar seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é” (1Jo, 3, 2).
Encantemo-nos com Jesus, o Filho de Deus, seguros de não termos outra saída, a não ser a referida pedra, rejeitada, que paradoxalmente sustenta a nossa caminhada, mantendo-nos de pé, sobretudo quando surgem fortes abalos e tempestades. O bem comum requer um coração grande, um carinho especial para com os rejeitados e empobrecidos, mas num convívio de confiança e de relação íntima e estreita com o Bom Pastor, pedra de valor superior às demais, como a principal no edifício da nossa fé.

Hoje em dia usamos pilares ou colunas para segurar as construções. Na arquitetura antiga, quando as construções eram feitas com pedras, uma pedra muito singular era talhada no tamanho e formato correto para ser utilizada, recebendo o maior peso do edifício para, assim, sustentá-lo. Ela era conhecida como pedra angular, em que, de modo seguro, ficava definida a colocação das outras pedras, alinhando toda a construção.

Somos chamados de pedras vivas e Cristo conta conosco como protagonistas indispensáveis na construção do seu edifício espiritual: a Igreja. Nela, todos são importantes, ninguém é descartável ou inútil, contrariando a lógica humana, que exclui com facilidade irmãos nessa mesma construção. Na busca do verdadeiro Deus, revelado na imagem do Bom Pastor, na escuta interior, somos atraídos pelo mesmo discernimento e conduzidos à vivência do chamado do Senhor.

A obra redentora de Jesus de Nazaré, a do Bom Pastor, é de não se cansar de ser misericordioso, em sua indizível bondade, ternura e mistério de amor, que, se fazendo homem, quis e quer eternizar a criatura humana, restaurando-a e reconciliando-a consigo. Amém!

*Padre, Jornalista, Colunista e Pároco de Santo Afonso, Parquelândia, Fortaleza-CE. Da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza geovanesaraiva@gmail.com

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