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IMPRESSÕES

Grecianny Carvalho Cordeiro*

Em tempos de tanta intolerância, de violência, de pessoas posando de politicamente corretas, muitas vezes, para mascarar a verdade, a esperança parece desbotando e, com ela, a fé em um mundo melhor, com “gente fina, elegante e sincera”.
Mas sempre há lugar para a esperança, a única coisa que restou no fundo da caixa de Pandora. 
E hoje, mais do que nunca, a esperança precisa ser renovada, divulgada e propalada.
Recentemente, ministrei algumas palestras para os alunos do 6o. ano do Colégio Antares, que adotou como paradidático o livro “De Covardes e de Heróis, Todos Temos um Pouco”, de minha autoria, que tem por temática central o bullying sofrido pelo personagem de nome Pedro, a passar por perseguições terríveis e humilhantes por parte de Cacá.
Pedro é um garoto que vive em um ambiente familiar harmônico, cheio de amor e, quando vai para a escola, se sente temeroso e desmotivado, em razão do bullying levado a efeito por Cacá.
Outra personagem, Giovanna, uma garota que estuda na mesma sala de Pedro, é sequestrada, e até sua libertação, são trabalhados sentimentos de solidariedade, de superação, de amizade, de bravura, de carinho. 
A partir daí, surgem diversas situações em que Pedro, Cacá e os demais personagens mostram seu lado covarde e heroico, tal como acontece com cada um de nós ao longo de nossa vida, sem que sequer percebamos. 
A receptividade dos alunos foi fabulosa, não somente por estarem recebendo a autora de um livro por eles lida – algo que simplesmente adoram -, mas pela sua identificação com o tema, com os personagens, com o enredo. 
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Cartinhas carinhosas, depoimentos, perguntas sobre o livro e o autor, curiosidades, tudo isso com aquele brilho no olhar e o sorriso inocente, próprios da juventude. 
E o mais curioso foi constatar que muitos dos alunos/leitores tinham um relato para fazer acerca de bullying que sofreram, em algum momento de suas vidas.
Podemos extrair algumas lições dessa experiência, dentre as quais: 
O bullying precisa ser permanentemente discutido, trabalhado e enfrentado, especialmente nas escolas, para prevenir seus inúmeros malefícios, muitos dos quais podem provocar imensuráveis sequelas.
Temos uma juventude brilhante, cheia de sonhos e de encantos que precisamos incentivar e estimular, notadamente por meio da leitura, estabelecendo um contato, sempre que possível, com o seu autor.
Por isso, mais do que nunca, esses jovens renovaram minha esperança.
Dias melhores virão.


*Promotora de Justiça

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