Em carta aberta, ele disse que, em 60 anos de prêmio, profissionais do mercado editorial se acostumaram a ditar as regras do troféu literário e que acha isso um erro. "O que realmente importa em minha divergência é alertar para o fato de que há indivíduos agindo contra o novo projeto apenas para defender interesses pessoais e comerciais", escreveu ele.
Em seu segundo mandato à frente do troféu, Bagolin reduziu as 29 categorias do Jabuti a 18 - o que incluiu a fusão de obras infantis em juvenis em um grupo só.
As duas categorias de ilustração para cada uma das áreas também viraram uma, que não é específica para obras voltadas a jovens e crianças. Agora, livros infantis e juvenis concorrem nesse ponto com outros tipos de publicações.
Farpas
A medida gerou uma discussão nas redes sociais entre Bagolin e representantes da cena infantojuvenil. Em resposta a uma coluna publicada pelo produtor cultural Volnei Canônica no site Publishnews, o curador disse que o autor pedia a readmissão das categorias de ilustração infantil e juvenil no prêmio por "defesa indefectível" de seu marido, o ilustrador e autor de livros infantis Roger Mello.
Após o comentário, Bagolin foi acusado pelo casal de homofobia. Canônica e Mello tiveram o apoio de outros profissionais que atuam na literatura infantojuvenil, que desde então têm protestado nas redes sociais. Para artistas e pesquisadores ouvidos pela reportagem, o novo regulamento deixa de reconhecer a ilustração como linguagem independente da palavra e desvaloriza os livros voltados a crianças e adolescentes, que não poderiam ser comparados.
"São diferentes livros para diferentes púbicos", afirmou Canônica.
"Enquanto a literatura para crianças é essencialmente imagética, os livros voltados a adolescentes introduzem diferentes gêneros literários e demandam repertório", acrescenta Cristiane Ruiz, da Intrínseca
Entidade
Procurada pela reportagem, a CBL (Câmara Brasileira do Livro), organização responsável pelo Jabuti, disse que o objetivo das mudanças é tornar o prêmio mais relevante, mas não respondeu às críticas. (Folhapress)
Diário do Nordeste
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