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Efervescência cultural toma conta da antiga Vila Rica

A Vanguarda Tropical foi pano de fundo para a temática histórica deste ano.
A programação contou com performances nas ruas, oficinas e seminários.
A programação contou com performances nas ruas, oficinas e seminários. Foto (Charles Mascarenhas)
Por Charles Mascarenhas
Os blocos estavam nas ruas e não era carnaval. Performances e muito tropicalismo antropofágico tomaram conta da Vila Rica. Assim foi mais uma edição da CineOP - Mostra de Cinema de Ouro Preto.
Terminou nesta segunda-feira (18), a 13ª CineOP - Mostra de Cinema de Ouro Preto, cujo objetivo é trazer para a cidade histórica os encantos da sétima arte, e como olhares contemporâneos e diversificados contribuem para a construção de narrativas e preservação do cinema enquanto patrimônio.
Realizada pela primeira vez em junho de 2006, a ideia da Mostra desde o início não foi ser uma mostra competitiva, e sim uma exibição que se propõe a refletir sobre o cinema nacional, tanto histórico, no sentido de preservação, restauração e memória, quanto contemporâneo - fazendo assim um contraponto entre períodos e contextos políticos e sociais, tornando o cinema um espaço de conhecimento e educação.
Além das exibições, que aconteciam na Praça Tiradentes e no Cine Vila Rica, a programação contou com performances nas ruas, oficinas e seminários no Centro de Convenções e uma roda de conversa, com a presença ilustre do cantor Tom Zé, que revistou seu passado para falar Movimento Tropicalista e as influências nas artes contemporâneas.
Tendo a Vanguarda Tropical como pano de fundo para a temática histórica deste ano, a CineOP, como de costume,  recebeu e homenageou uma das grandes atrizes do cinema Novo e marginal da década de 60 e 70, a atriz Maria Gladys, que em 1968 exilou-se em Londres, por causa do AI-5.
Na programação de filmes contemporâneos, teve a exibição do filme Arábia, vencedor do Festival Brasília, dos diretores Affonso Uchoa e João Dumans; e do tocante curta Travessia, de Safira Moreira, que utilizando uma linguagem poética, Safira parte da busca pela memória fotográfica das famílias negras e assume uma postura crítica e afirmativa diante da quase ausência e da estigmatização da representação do negro.

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