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Tudo começa com o caderno de caligrafia

Carlos Delano Rebouças Pinheiro*
A imagem pode conter: Carlos Delano Rebouças, close-up
Quando alguém tem uma letra bonitinha, de fácil leitura e compreensão, sempre permite elogiar dizendo: que escrita bonitinha, parece letra de professor! Mas quando a escrita é feia e de difícil compreensão, remete a perguntar: que letra feia, parece de médico!

Na verdade, todos nós, no início de nossas vidas escolares, somos trabalhados para aprender a ler e escrever; somos alfabetizados diante de um aprendizado como muita leitura e desenvolvimento da escrita. Entra em cena, então, o famoso caderno de caligrafia.

Nessa etapa da vida escolar, a esmagadora maioria dos estudantes está bem distante de definir a escolha profissional que fará para a sua vida. Ainda não consegue chamar a atenção dos pais e responsáveis sobre seus interesses, e estes, sobre que realmente querem para seus filhos. São crianças que somente precisam ser alfabetizadas, e quando respondem sobre o que vão ser quando crescer, dizem com diversas possibilidades, desde o professor, passando pelo policial, até ao médico.

Passando pelo pré-escolar, fundamental e ensino médio, todo estudante é trabalhado para ter leitura e escrita em nível de excelência, ou deveria ser. Todo mundo sabe que quando se chega aos exames vestibulares, são exigidos textos bem produzidos, de melhor compreensão, que levam à redução de erros que tiram preciosos pontos e levam aos insucessos. Nessa hora, dentre tantos aprendizados, o referente ao uso do caderno de caligrafia também tem sua importância, independentemente de querer ser médico ou professor.

O fato é que quando o sucesso chega, muitos professores, principalmente aqueles das séries iniciais, continuam honrando essa cultura, mantendo uma caligrafia de dar inveja a tantos outros profissionais. Em contrapartida, tantos outros estudantes que, ao se tornar calouros dos cursos de medicina, começam a desenvolver uma grafia esteticamente imperfeita, muitas vezes por modismo e cultura, esquecendo todo um aprendizado que o levou àquela condição de acadêmico de medicina.

Na verdade, ter ou não uma letra bonita, e escrever ou não de forma clara e acessível, não é particularidade de determinados profissionais. É cabível a qualquer profissional das mais diferentes áreas de atuação, e em qualquer nível de instrução, desde que tenha a compreensão de que quando escreve é para alguém ler, ou seja, que em um processo de comunicação sempre existe um emissor e um receptor que busca a compreensão de uma mensagem.

*Professor de Língua Portuguesa e redação, conteudista, palestrante e facilitador de cursos e treinamentos, especialista em educação inclusiva e revisor de textos.

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