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Maryse Condé vence 'Nobel alternativo' de literatura

ESTOCOLMO
Maryse Condé, do território francês de Guadalupe, no Caribe, recebeu o prêmio da New Academy de Literatura, criado depois que a Academia Sueca adiou o Nobel de Literatura deste ano, na tentativa de lidar com o resultado de um escândalo de abuso sexual.
A New Academy foi fundada por mais de cem figuras da cena cultural sueca no início deste ano, em resposta ao escândalo e ao adiamento do Nobel.
“Em seu trabalho, ela descreve os estragos do colonialismo e o caos pós-colonial em uma linguagem que é ao mesmo tempo precisa e envolvente”, disse a New Academy ao premiar Condé.
Ela escreveu cerca de 20 romances, incluindo "Segu" e  "Eu, Tituba: Bruxa Negra de Salem".
Pela primeira vez em décadas, o Nobel deste ano não incluiu nenhum prêmio de literatura, após um profundo desacordo e deserções na Academia Sueca, que a deixou incapaz de selecionar um vencedor.
Maryse Condé no Museu Victoria e Albert de Londres, em foto de 2015
Maryse Condé no Museu Victoria e Albert de Londres, em foto de 2015 - Adrian Dennis/AFP
A controvérsia gira em torno de Jean-Claude Arnault, marido de Katarina Frostenson, membro da academia, que foi condenado a dois anos de prisão por estupro no início deste mês. Ele nega as acusações e está recorrendo.
O caso surgiu em novembro, quando o jornal Dagens Nyheter noticiou que pelo menos 18 mulheres acusavam Jean-Claude Arnault, uma importante figura no meio cultural sueco, de assédio e agressão sexual.
A Academia Sueca nomeou dois novos membros na semana passada e está trabalhando para preencher outros lugares vazios e reconstruir a confiança.
Jila Mossaed, 70, poetisa nascida em Teerã, que escreve em sueco e persa, foi escolhida juntamente com Eric Runesson, 58, juiz da Suprema Corte sueca para comporem o quórum de 12 membros necessários para que a Academia volte a funcionar. 
F. De São Paulo

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