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Brasil num abismo cultural

Carlos Delano Rebouças*


Não quero parecer radical, mas cada vez mais percebo que o brasileiro se esforça menos, bem menos, para sair desse abismo em que escolheu cair, adentrar, que contextualiza sua cultura.

Ao longo de sua história, iniciada desde o descobrimento do Brasil, os mais críticos apontam uma série de influências para que sejamos um povo que não dá o justo valor às riquezas culturais e à educação de seu país. Apresentamo-nos no cenário mundial como leigos no quesito cultura.

São as mais diversas justificativas, seja por conta da colonização portuguesa, pelas influências de outros povos, pela nossa origem indígena, seja até mesmo pela ineficiência administrativa de um país historicamente corrompido, cujos administradores sempre optaram em não investir na educação, para tornar o povo brasileiro cada vez mais fácil de ser enganado.

Contudo, há quem defenda que essas justificativas não são suficientes para serem aceitas como responsáveis pelo perfil do nosso povo, que ainda continuamos a nossa caminhada para o fundo desse abismo, geração por geração, despreocupados em mudar, devido ser mais conveniente ser burro no Brasil, como parte de uma maioria que não tem senso crítico algum, porque não tem argumentos suficientes para criticar.

Reparem numa rede social, como o Facebook, por exemplo, quem apresenta mais marcação de curtidas e comentários, um texto como este ou um registro (foto ou vídeo) de alguém seminu em frente ao espelho? Quem é mais lido, um artigo ou uma crônica bastante reflexiva ou um episódio da vida de uma celebridade, que muito pouco agrega de valor?

Na verdade não estão nem aí para a educação, para a edificação humana, importando mais as bobagens, as tolices, e nossos governantes, alheios a tudo isso, sabem disso e torcem que sejamos cada vez mais idiotas. O povo brasileiro, principalmente a sua juventude' caminha em passos largos para uma alienação absoluta, que acham não ser verdade, por também acharem que a conquista de um diploma de nível superior é o suficiente para atestar que são inteligentes, mesmo dando provas constantes de que o diferem dos burros é somente as penas.

Acorda meu povo! Como diz no Ceará: “se alui”. Não dê risadas de si mesmo, divertindo-se em massa de uma comédia em que todos são protagonistas. Seja diferente! torne-se melhor, mas sem se sentir melhor que ninguém, apenas diferenciado pelo conhecimento.

*Professor de Língua Portuguesa e redação, conteudista, palestrante e facilitador de cursos e treinamentos, especialista em educação inclusiva e revisor de textos.

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