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Exposições, workshops, palestras, rodas de conversa marcam o Festival Verbo Ver, que levanta a questão: por que fotografar?

Transformando os modos de ver e de experienciar as imagens e o mundo, o poder da fotografia está não apenas na força da imagem, mas também no olhar de quem a traduz. Desta vez, esse olhar protagoniza o Festival Verbo Ver, que reflete sobre os processos narrativos da fotografia contemporânea - unindo pedaços de vida a diferentes tempos do mundo. Com exposições, leitura de portfólios, workshops, palestras e rodas de conversas, o evento é, entre os dias 14 e 18 de novembro, um convite para uma jornada criativa sobre os modos de ver.
"Quem Somos Nós" é um ensaio realizado pelo fotógrafo Celso Oliveira desde 1991, iniciado no Cariri cearense e desenvolvido entre o Norte e Nordeste do Brasil. Celso Oliveira

Realizado até 2017, o evento Encontros de Agosto debateu a produção contemporânea da fotografia e proporcionou trocas de autores cearenses e suas imagens em outras mostras no Brasil e no exterior. Após sete anos, o evento aparece renovado e com novo nome - Verbo Ver Festival de Fotografia. "Verbo Ver é a continuidade de um programa que já buscava difundir a formação em fotografia no Nordeste, especialmente no Ceará. Nessa nova proposta, queremos ser este espaço de circulação de trabalhos entre os fotógrafos locais", explica Patrícia Veloso, diretora do festival.
Na primeira edição de sua nova fase, o festival questiona: "Por que fotografar?". A discussão, de acordo com Patrícia, reflete um momento em que a fotografia ganha novos formatos e usos por meio das câmeras portáteis e dos smathphones. "De certo modo, todos somos fotógrafos, e nosso propósito é justamente pensar sobre de onde vem essa urgência por registrar o que nos circunda". Passeando por dimensões teóricas e práticas, a palestra Por que fotografar acontece na sexta, 16, no Museu da Fotografia. Participam Ronaldo Entler e Silas de Paula, com mediação de Osmar Gonçalves.
Com 40 anos de trajetória, o fotógrafo cearense Celso Oliveira, tem sua obra homenageada no festival. Alguns de seus trabalhos farão parte de uma exposição que marca a abertura oficial do evento, na quinta, 15, na Imagem Brasil Galeria. "O Celso é um dos maiores fotógrafos que o Ceará tem. Ele faz um trabalho incrível, tem um olhar muito amplo e inquieto, é alguém que vê com o coração o que é impossível traduzir em palavras", conta Silas de Paula, curador e conselheiro do evento desde 2011.
"Me sinto muito prestigiado e feliz com a homenagem, mas também adoro dizer que continuo querendo aprender sobre o que faço", pontua Celso Oliveira. Percorrendo diversos momentos da trajetória do fotógrafo, a exposição contempla trabalhos como Quem somos nós - expedição fotográfica iniciada no Cariri e desenvolvida entre o Norte e Nordeste do Brasil, em parceria com Tiago Santana. Fronteiras, Brasil bom de bola, dentre outras experimentações e ensaios documentais de Celso, também estarão presentes na mostra.
Parte da programação do evento inclui leituras de portfólios, que selecionarão até 25 fotógrafos de todo o País. As leituras serão feitas por convidados brasileiros e estrangeiros por meio de uma plataforma criada com o objetivo de ampliar a visibilidade da fotografia produzida no Nordeste. "Não temos uma rede de ensino e produção de conhecimento em fotografia tão satisfatória no Brasil, e os festivais acabam sendo um ponto de referência para essas trocas", contextualiza Patrícia. "Temos um papel a cumprir, e um projeto de formação e circulação permite mostrar que a fotografia daqui é potente também", finaliza. Nesta edição, o festival também recebe nomes como Eduardo Queiroga, fotógrafo pernambucano, e Gilma Suárez, da Colômbia.
Serviço
Verbo Ver Festival de Fotografia
Quando: 14 a 18 de novembro
Onde: Imagem Brasil Galeria (rua Rocha Lima, 1707 - Centro)
Gratuito
Informações: (85) 3261 0525
O Povo

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