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Brasil: desigualdades

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A despeito das raízes do passado, as causas das desigualdades no Brasil encontram-se, principalmente, nas limitações do processo de crescimento, nas tentativas fracassadas de ajuste econômico e nas consequências pouco vantajosas do processo de reestruturação econômica imposto pela globalização. 
Ao longo dos anos 1980, o crescimento econômico brasileiro foi prejudicado em razão da crise gerada pela dívida externa, pelo progressivo déficit público e a consequente crise do Estado e da administração pública, além da inflação decorrente e das tentativas malsucedidas de estabilização econômica. Os resultados não poderiam ser outros que não o agravamento dos problemas sociais, pois cresceu o contingente de pobres e indigentes, acentuaram-se as desigualdades, tornando-se vulneráveis vários segmentos da sociedade. 
Os efeitos também se fizeram sentir no nível de desemprego em todo o País. O processo de urbanização foi muito veloz. Formaram-se então os chamados “cinturões de miséria” nas periferias das cidades, acentuando a má distribuição de renda e abalando o crescimento econômico do País. Na verdade, a perversa concentração de renda resulta no aumento do número de pessoas vivendo em situação precária, sem acesso às mínimas condições de saúde, educação e serviços básicos. Ademais, as desigualdades regionais persistem. 

O Nordeste, por exemplo, ao longo do tempo, continua com um terço da população brasileira e participa com apenas 13% a 14% do PIB. Faz-se necessária a realização de investimentos compatíveis com o peso demográfico, de natureza estrutural e não apenas circunstancial. Enquanto persistirem essas desigualdades significativas, o Brasil não deixará de ser um país socialmente injusto. Os brasileiros, democraticamente, esperam dias melhores, com eficácia administrativa (boa gestão) e sem corrupção.

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