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VIVER A SEMANA SANTA

Teresa Saldanha*
Resultado de imagem para teresa saldanha ufpbSe todo católico soubesse os benefícios espirituais que podem advir da vivência da Semana Santa, certamente deixaria de considerar o tríduo pascal como um feriado prolongado e, ao invés de optar por um lazer entre família e amigos, preferiria permanecer junto a sua comunidade de fé e reviver com piedade os últimos dias da vida de Nosso Senhor Jesus.
Estar entre amigos é maravilhoso e faz muito bem! Mas os verdadeiros amigos costumam estar juntos também nos momentos de dificuldade e aflição. E para os que creem em Jesus, quem é seu maior amigo? O próprio Mestre disse “ninguém tem maior amor que aquele que dá a sua vida por seus amigos” (Jo,15,13).
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Foto: Padre Geovane Saraiva
Noite de Pascoa 2019
Todo o período da Quaresma já nos convida à conversão, a partir de uma reflexão interior guiada pelos seguintes três pilares: oração, jejum e esmola. Esses pilares têm em si mesmos uma profundidade que ultrapassa, em muito, o sentido puro e simples desses vocábulos. No recolhimento da oração, aprofundamos nossa unidade e intimidade com Deus e nos abrimos, no silêncio do nosso coração, para ouvir o que Ele nos fala; o jejum nos remete ao comedimento de nossas falas e de nossas ações, muitas vezes tão apressadas e intempestivas nos dias de hoje; a esmola, não se limita ao ato de dar algo material, mas de doar muito amor, seja através de um sorriso, de uma palavra, de um olhar para o outro, vendo nele o Cristo que sofreu por um amor incondicional e incomensurável por nós.
Ao longo da Quaresma, através da Liturgia, a Igreja nos conduz por um percurso de preparação para a Páscoa o qual seguimos meditando a história da salvação. As leituras do Antigo Testamento nos recordam o sofrimento do povo judeu escravizado no Egito e o cumprimento da promessa de Deus de libertação do seu povo. Nas leituras do Novo Testamento acompanhamos os ensinamentos e as promessas de Jesus, preparando os seus discípulos para a sua partida iminente do meio deles.
Se mergulharmos de corpo e alma na reflexão dessas leituras, vamos naturalmente, nos sentindo mais próximos de Jesus e passando a olhar o mundo, tão medonho que vemos hoje, com mais compaixão e misericórdia e com menos medo de enfrentá-lo. E, mesmo que as circunstâncias externas de nossas vidas não tenham sido alteradas em nada, sentimos uma imensa e inefável paz interior! Porque “banhados em Cristo somos uma nova criatura”, como cantamos ao receber ou renovar as promessas do nosso Batismo.
Durante a Semana Santa, a Igreja organiza celebrações para-litúrgicas como a Via Sacra, as procissões, e intensifica a administração do Sacramento da Reconciliação. Tudo para alimentar a piedade dos fiéis, levando-os a percorrer os passos do sofrimento da Paixão e Morte de Nosso Senhor, na expectativa de finalmente celebrar, com muita alegria, o clímax do Mistério Pascal que é a sua Ressurreição.
A experiência de fé que tenho vivenciado ao longo dos últimos quinze anos e que tem sido, a cada ano, mais rica e profícua em graças, é evidentemente muito pessoal, mas não exclusiva. Ela é oferecida a todos os cristãos católicos que têm a opção de dizer um sim imediato ao chamado de Jesus para estar mais próximo dele nesses dias, ou de deixar para depois a oportunidade única de manifestar comunitariamente a Deus a gratidão por seu amor infinito por nós.
Aos meus queridos irmãos em Cristo, conhecidos ou não, quero dizer que vale a pena fazer a experiência de viver intensamente o Tríduo Pascal e na Vigília Pascal, sentir o Fogo Novo de quem é verdadeiramente o Caminho, a Verdade e a Vida.
Feliz Páscoa!
*Da UFPB, João pessoa.

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