Pular para o conteúdo principal

Labirinto das Águas

Por Paulo Eduardo Mendes - Jornalista

Temos um vínculo muito forte com a poesia. Bartyra Soares traz “Labirinto das Águas” (Edições Novo Horizonte) numa mostra poética de rara transparência. A clareza dos seus versos, sempre emoldurados pela clássica beleza vocabular, discorda do título do novo livro. Onde fica o “labirinto” nessa sublime forma de declamar ternuras? – Dulcíssimo modo de decantar as águas da imaginação fértil para dizer encantos. Volteios florados no jardim das ideias simetricamente enfileiradas. A autora supera-se. 
Seus livros falam exatamente a linguagem poética das rimas ricas, pela sonorização. Fonte estética de versos alinhados na proporção exata da leveza de escrever, de criar belezas para recitar com emoção. 
“Labirinto das Águas” cristalinas das inspirações puras. Cândida metrificação de talento. Livro que chega e fica na leitura compassada de quem realmente ama a poesia vinda da alma, com ordenamento de coração. Plantio de ternura necessário para fazer florescer harmonia nesse universo comprometido pela violência.
“Labirinto das Águas” fonte inefável de belezas salpicando de estrelas luminosas os nossos sonhos de enamorados pela vida. No versejar do livro de Bartyra Soares, o leitor entende que nem tudo está perdido. Ainda há tempo para fazer a boa poesia e tempo também para lê-las, em sublime êxtase, no silêncio de casa, das bibliotecas ou estúdios com espaço reservado às boas leituras. 

A escritora, pernambucana, integra a Academia de Letras revelando que, por herança, adota o lado intelectual do seu genitor Pelópidas Soares, cuja memória igualmente tem registro na vetusta Academia Pernambucana de Letras. Uma família que pensa, vive e age em função da boa literatura. Exemplo que fica impresso em livros de poemas, como “Arquitetura dos sentidos” e “Estrela em trânsito”. O “Labirinto das Águas” tem porto seguro junto aos leitores de bom gosto.

Comentários