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Feira do Livro: Editoras têm de ir ao encontro do público, diz diretor-geral da Paulus Editora

Padre José Carlos Nunes destaca progressiva diversificação da oferta, em resposta à procura de vários setores
Foto: Joana Gonçalves/Renascença
Lisboa, 07 jun 2019 (Ecclesia) – O padre José Carlos Nunes, diretor-geral da Paulus Editora, defendeu a necessidade de ir ao encontro dos leitores, nas várias plataformas, com uma progressiva diversificação da oferta que chega cada vez mais ao digital.
“Esse é o nosso desafio, procurar o público, porque ele existe. Cada vez mais, o público não vem até nós, nós é que temos de ir ao seu encontro. Esta é a nossa estratégia principal, aliás, passa pela nossa forma pastoral de estar e de existir, na Igreja e na sociedade: não ficamos à espera de que venham ao nosso encontro”, refere o religioso, em entrevista conjunta à ECCLESIA e à Renascença.
Tendo como pano de fundo a Feira do Livro de Lisboa, que decorre até 16 de junho, o padre José Carlos Nunes destaca a importância das editoras católicos num evento cultural “do maior relevo”.
“A nossa presença é uma presença no meio da cultura, no meio da cidade, no meio de tantas outras editoras e no meio de tantos outros temas. É bom que esteja presente a temática religiosa, e não só, porque a Paulus Editora tem vindo cada vez mais a apostar numa outra linha editorial, que tem a ver com o diálogo com os não-crentes, sobretudo um diálogo de uma espiritualidade um pouco mais alargada”, indica.
O responsável admite que já sentiu “preconceito”, por parte de outras editoras, que olham apenas para “um tipo de literatura mais devocional, a um nicho de mercado”.

“As propostas de leitura que nós fazemos, através das nossas obras, são propostas alargadas, tendo em conta vários públicos”, contrapõe.
Como exemplo, o religioso apresenta a coleção ‘Na primeira pessoa’, que pretende dar voz a personalidades públicas e, através da sua vida, a um conjunto de valores.
A coleção inclui o livro ‘O presidente dos afetos’, a propósito dos 70 anos do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
O padre José Carlos Nunes sublinha a presença de livros da Paulus em livrarias generalistas, “pela qualidade do conteúdo e, sobretudo, pelo interesse do público”.
“Hoje não basta editar um livro, colocá-lo numa prateleira ou em exposição numa livraria”, realça o diretor-geral da editora, pelo que surgem a necessidade de criar eventos à volta das obras: workshops, conferências, debates de ideias, diálogos com o autor.
O responsável admite que, no mercado, existe “muita confusão em relação” àquilo que é a meditação e filosofias orientais, colocadas no mundo da espiritualidade.
A espiritualidade não se restringe a uma proposta de vida de fé. A espiritualidade tem um sentido mais alargado, tem a ver também com o bem-estar, a forma de nos relacionarmos com os outros e com Deus. A espiritualidade tem a ver, num sentido lato, com toda a existência humana, com toda a experiência humana enquanto tal”.
O entrevistado fala da importância da coleção YOUCAT, dedicada às novas gerações, e a sua presença nas edições internacionais das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), cuja próxima edição decorre em Lisboa, em 2022.
“Esta coleção foi publicada por nós, em Portugal, precisamente para preencher uma lacuna, que existia a nível editorial, no espaço juvenil. Havia muita literatura devocional, havia alguma literatura teológica, mas para os jovens havia muito pouco”, explica o padre José Carlos Nunes.

Além dos volumes sobre o Catecismo e a Doutrina Social da Igreja, a coleção inclui agora o YOUCAT para crianças e para pais.
“A Fundação YOUCAT tem dito que, depois da JMJ, os jovens não deitam o livro fora; chegando aos seus países, contactam a fundação, através da internet, a solicitar mais material de apoio, até mesmo perguntando quando é que o livro é publicado em determinada língua, como aconteceu com edições em português”, realça o diretor-geral da Paulus Editora.
OC

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