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Ana Proença homenageia Dona Ivone Lara no Cine Theatro Brasil

Aos 51 anos, ela se prepara para entrar no palco para apresentar o espetáculo 'Dona Ivone Lara: mas quem disse que eu te esqueço', no próximo sábado, às 19h30.
Aos 51 anos, ela se prepara para entrar no palco para apresentar o espetáculo 'Dona Ivone Lara: mas quem disse que eu te esqueço', no próximo sábado, às 19h30.
Aos 51 anos, ela se prepara para entrar no palco para apresentar o espetáculo 'Dona Ivone Lara: mas quem disse que eu te esqueço', no próximo sábado, às 19h30. (Reprodução)

Aposentada em 1977, Dona Ivone Lara (1922-2018) só então passa a se dedicar exclusivamente à carreira artística. Um pouco antes de pendurar o jaleco como assistente social, aos 52 anos, lança seu primeiro LP (Samba, Minha Verdade, Minha Raiz). Primeira mulher a integrar a ala de compositores de uma escola de samba (Império Serrano), a maior sambista da história da nossa música precisou quebrar muita pedra pra ocupar seu lugar na MPB.
“Sinto muita empatia em relação a isso. Eu cuidei da minha filha até ela entrar pra faculdade. Só a partir daí que eu consegui dar um rumo para as minhas coisas, estudar, fazer música. Então, tudo isso (a trajetória de Dona Ivone Lara) é muito significativo pra mim", conta Ana Proença. Aos 51 anos, ela se prepara para entrar no palco do Cine Theatro Brasil Vallourec para apresentar o espetáculo "Dona Ivone Lara: mas quem disse que eu te esqueço", no próximo sábado (13/7), às 19h30.
Estudante de Letras, Proença conta que o projeto foi pensado antes mesmo da morte da sambista carioca, em abril do ano passado, três dias após a Rainha do Samba ter completado 96 anos de idade. “Eu queria muito cantar uma mulher, uma compositora, e a Dona Ivone representa muito para mim pela sua história de vida e pela sua carreira artística", explica.
Para a missão, convocou seus parceiros e músicos do "Samba na Feirinha", roda descontraída que rola todos os sábados, na feira da avenida Silva Lobo, na zona Oeste de Belo Horizonte. "Optei por trabalhar com os meninos que já me acompanham na feirinha, até mesmo como uma forma de a gente ocupar outros espaços, como um teatro, por exemplo", completa.
A ideia, porém, não é se desfazer do clima informal da rua. Com um repertório repleto de sucessos, como Acreditar, Sonho Meu, Alguém em Avisou, Ana Proença espera que o público se divirta e participe do espetáculo. "Eu quero um show participativo, como se fosse uma roda de samba pra teatro", afirma.
O espetáculo também contará com as participações da dançarina Júnia Bertolino, da Companhia Baobá Minas, e do compositor Evandro Mello, autor em parceria com Vinícius Mineiro da música Dama do Samba. "Eu escutei essa música com eles há uns anos atrás, no Reduto (Reduto de Compositores Vários Dons), e fiquei encantada! A música é maravilhosa. Convidei ele pra tocar comigo no palco", antecipa Ana Proença.
"Eu admiro muito a Aninha Proença. Antes da Dona Ivone morrer, ela já tinha falado sobre esse projeto. Ela ouviu e manifestou o desejo de interpretar a música no palco. E pra fechar com nota dez, ela ainda me convidou pra participar do show. Em nome meu e do Vinícius, queria agradecer a confiança da Ana em cantar um samba feito em Minas Gerais , pra homenagear essa grande sambista, carioca de Botafogo, a Dama do Samba", afirma Evandro Mello.
Outro desafio é interpretar Os cinco bailes da história do Rio, samba-enredo da Império  Serrano de 1965. "É um samba lindo, muito bem elaborado", disse.  "Tive que reduzir o repertório, mas ele está bonito e cantante", conclui.

Almanaque do Samba

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