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Guia Flip 2019: pontos que merecem destaque no principal evento literário do País


Da diversidade de temáticas às novas abordagens e formatos de apreciação da literatura, um roteiro para otimizar encontros e saberes


Em um onipresente diálogo entre a tradição e a modernidade - observado da arquitetura colonial ao movimentar intenso dos dias de evento - a Flip consolida-se, a cada edição, como um farto campo de trocas. Neste 17º ano, a festa chega robusta, com 33 autores confirmados e outros distribuídos em Casas Parceiras. Quanto ao orçamento, foi calculado em R$ 5, 4 milhões, conforme anúncio em 15 de maio.
De forma geral, os ingressos manterão o mesmo valor do ano passado, R$ 55, com possibilidade de meia-entrada. A programação, por sua vez, tem curadoria da editora Fernanda Diamant, sucessora da jornalista Joselia Aguiar. A nova ocupante do posto tem passagens pela Publifolha (onde foi assistente de Arthur Nestrovski) e Editora 34. Também é sócia da Quatro Cinco Um, revista mensal de resenhas e ensaios que começou a circular em maio de 2017.
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Localizada no litoral fluminense, Paraty transforma-se, durante quatro dias, em palco incontornável da literatura
Arte: Lincoln Souza
Arranjos
A presença de Diamant sinaliza algo distinto das edições passadas: um olhar mais acurado sobre a não-ficção e a busca por formatos variados das mesas. Não à toa, debates sobre história, política, ciência e jornalismo, por exemplo, deverão pautar os encontros no evento.
A diversidade editorial e representatividade temática e de escritores e escritoras, sob outro espectro, serão mantidas.
A escolha pela homenagem ao plural Euclides da Cunha reflete esse aspecto, observado inclusive no nome de todas as mesas, que herdaram designações de cidades, rios e pontos geográficos do sertão da Bahia, cenário de "Os Sertões". Abaixo, você confere alguns dos mais importantes pontos a se destacar na festa deste ano. Monte seu roteiro e boas incursões!
Diversidade
Com a proposta de otimizar novas abordagens, olhares e perspectivas sobre temas outrora eclipsados, a Flip 2019 dará maior atenção a debates sobre feminismo negro, culturas indígenas, questões de raça e imigração, música, arte e arquitetura, poesia e mineração, maternidade na ficção, teatro, cinema, ciências e até mudanças climáticas. As atividades envolvendo os assuntos serão distribuídas em espaços oficiais e alternativos e numa variedade de formatos, como oficinas e mesas.
Amplitudes
Entre as novidades anunciadas, vale destaque o site repaginado que estará a serviço dos (as) visitantes. Mais abrangente e com um mapa interativo, comunicará de forma integrada toda a programação do evento, contando com a parte educativa e as casas parceiras; estas, por sua vez, terão autonomia para subir suas programações na plataforma e o público poderá criar a própria agenda, unindo toda a programação disponível com o espaço público da cidade.
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Uma das casas presentes na Flip para apreciação do público
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Slam
A partir da curadoria da atriz e cantora paulista Roberta Estrela D'Alva, uma das pioneiras do movimento no Brasil, ações gratuitas de slam permearão os dias de festa. A intenção, conforme o nome à frente das atividades, é mostrar ao público que literário não é somente o que está escrito. Assim, o minitorneio, parte da programação oficial do evento, envolverá seis poetas internacionais e refletirá a potência da prática. A apresentação será em12 de julho, no Auditório da Praça.
Fantasia
Na Rua do Comércio, 90, acontecerá, pela segunda vez, encontros sobre literatura fantástica, com amplitude cada dia maior nas letras do Brasil. Já confirmaram presença as editoras Lendari, Draco, Luva, Empíreo e Avec, além da Presságio, que organiza o espaço. Entre as temáticas, estão ficção científica ecológica e o crescimento do mercado nacional de HQs. A casa também será palco da entrega do Prêmio Argos, o mais antigo prêmio de literatura fantástica nacional.
Educativo
Fundada em 2005 e, hoje, com mais de 17 mil livros catalogados, a Biblioteca Comunitária Casa Azul é eixo fundamental do Programa Educativo da Flip, conduzido por Belita Cermeli. Na edição deste ano, além do acesso a pé para a sede na Ilha das Cobras, a 15 minutos desde o Centro Histórico, está sendo preparado um barco, que transportará o público gratuitamente entre esses dois espaços: os locais de programação da Flip e a sede do aconchegante lar dos livros.

Diário do Nordeste

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