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Escritora cearense lança livro de crônicas que retrata diversidade na família


“Não sei falar de amor”, obra de estreia de Virgínia Munhoz, será lançada na Livraria Lamarca nesta quinta-feira


“Não sei falar de amor”, Obra de estreia de Virgínia Munhoz, "Não sei falar de amor" será lançada na Livraria Lamarca
Felipe Vasconcelos
Um lar plural, diverso, não formatado que, feito todos os outros, também possui as particularidades construídas por cada membro. Só que com um diferencial: é a casa de Virgínia Munhoz, e é sob o inspirado ponto de vista da escritora cearense que vamos conhecer as tramas e detalhes de uma convivência múltipla.
Esse é o enredo de “Não sei falar de amor”, obra de estreia de Virgínia, cujo lançamento está marcado para esta quinta-feira (1º), às 19h, na Livraria Lamarca. Na ocasião, haverá conversa sobre o livro, entrega de brindes, e algumas leituras teatrais dos textos, feitas por uma jovem artista drag, Monstra.
O título, conforme a própria autora, aposta numa temática familiar porque é um assunto do qual ela entende profundamente: a própria vida. “Faço esses recortes para não haver ambiguidade devido ao momento atual que vivemos no Brasil. E é o meu cotidiano. O dia a dia de uma mulher que trabalha, é ativista política e social, é mãe, tem um companheiro, amigos e gosta de se divertir. Tudo isso visto com senso de humor”, situa.
Não à toa, não há necessariamente uma busca por tratar conteúdos de forma específica, mas, sim, a possibilidade de explorar encontros. Desta feita, um fio condutor percorre variedade de relatos que versam sobre um mesmo tema. “O texto escrito são os vários encontros dessa busca”.
A publicação está saindo pela Editora Aliás, coletivo editorial formado apenas por mulheres que surgiu no cenário com o intento de produzir obras, livros artesanais, zines e novos suportes para as literaturas, fomentando o trabalho de outras mulheres do Ceará e do Brasil.
Veja vídeo com trecho do livro:
Desenvolvimento
Dividida em três partes – pensada pela editora e publisher da casa, Anna K Lima – a obra é ilustrada por Jéssica Gabrielle Lima e foi toda arquitetada por Anna e Virgínia, desde os tons de azul até o tamanho da fonte.
“Todos os detalhes foram cuidados com muito carinho. E aí a gente se empolgou e começou a criar camiseta e botton do livro, marcador de página. Se deixar, criamos umas canecas também”, brinca a autora, também mestra em Letras pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
As linhas do exemplar abarcam textos escritos ainda na década de 1990 e outros poucos dias antes de o livro ser impresso, refletindo o abrangente recorte que se propõe a trazer à superfície. São memórias de outrora e de agora que insistem em permanecer porque são caras demais.
“Não vejo dificuldade em escrever sobre esse tema, vejo em me fazer entender. Às vezes as pessoas gostam de nadar no rasinho”, comenta a escritora. “Quanto aos privilégios de escrever as histórias, são inúmeros. Há coisa melhor do que o amor e o humor?”
De acordo com Virgínia, a opção pela crônica se deu exatamente porque o gênero literário permite incursões de modo despretensioso, sem, contudo, se permitir ficar no lugar comum. ”Serve inteiramente ao meu querer dizer. Às vezes em poucas frases, às vezes em uma página e meia. Sempre simples, vai bem com ou sem gelo. Adoro ler e escrever crônicas”.
Ela também se diz alguém atenta a escrever buscando mergulhar a si e ao público leitor em reflexões, não entrando no mérito, porém, se o pensamento é importante ou não. “Não sei falar de amor” traduz essa perspectiva. “É subjetivo. Só digo que, principalmente na contemporaneidade, é imperativo ler e refletir. Sobre qualquer coisa”.
capacapa
A obra é ilustrada por Jéssica Gabrielle Lima
“Não sei falar de amor”
Virgínia Munhoz
Aliás Editora
2019, 80 páginas
R$ 30
Serviço
Lançamento do livro “Não sei falar de amor”, de Virgínia Munhoz
Nesta quinta-feira (1º), às 19h, na Livraria Lamarca (Av. da Universidade, 2475 - Benfica).
Entrada franca.
Contato: (85) 3122-6130

Diário do Nordeste

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