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SOBRE O CORONAVÍRUS E SOBRE NÓS

O coronavírus foi detectado, primeiramente, na China, depois, ganhou os espaços de um mundo globalizado. Isso é fato.
​A princípio, nos foram cobrados cuidados básicos de higiene, como lavar as mãos com água e sabão, usar o álcool gel com frequência, se proteger ao tossir, evitar aperto de mãos.
Em seguida, as autoridades da saúde verificaram ser necessário a adoção de medidas mais rigorosas, a exemplo de sair de casa o mínimo possível e evitar aglomerações, suspensão das atividades escolares.
Recentemente, determinações mais drásticas foram anunciadas: fechamento do comércio, shoppings, bares e restaurantes, de fronteiras interestaduais, cancelamento de vôos, serviços públicos suspensos, priorização de tele-trabalho e home office...
​Eu entendi. Você entendeu. Muitos não entenderam. Ainda.
​A partir do momento em que eu e você entendemos que as regras de prevenção ao coronavírus precisam ser respeitadas, estamos contribuindo para uma menor disseminação da doença. No entanto, quando os outros continuam sem entender a gravidade da situação e insistem em levar uma rotina normal, o perigo passa a rondar não apenas essas pessoas, mas aqueles que estão próximos e, por fim, a coletividade.
​É na adversidade que o caráter de uma pessoa se manifesta com clareza.
​É na dificuldade que mostramos quem realmente somos.
​O coronavírus, quer queira, quer não, veio para nos revelar:
​O quão somos responsáveis pela nossa família, pelos outros e conosco.
​O quão somos egoístas, pensando apenas em nosso bem-estar e comodidade, enquanto o resto que se exploda.
​O quão somos capazes de compreender que as regras devem ser cumpridas, em respeito a nós mesmos e à coletividade, pela qual, também, somos responsáveis.
​O quão somos passíveis de nos privar, temporariamente, de nossa vida normal, para que nós e os outros possam continuar vivendo.
​O quão somos gananciosos, dispostos a tirar o máximo proveito possível de uma situação extraordinária, exacerbando preços de produtos que são imprescindíveis em época de pandemia; fora aqueles que falsificam álcool gel, induzindo as pessoas em erro.
​O quão podemos ser levianos, espalhando notícias falsas – mesmo que involuntariamente – e disseminando o terror para uma situação já aterrorizante.
​Se pararmos e pensarmos um pouco para analisar nossas atitudes em face dessa pandemia, seguramente, veremos que foi preciso um poderoso vírus, invisível, intocável e inodoro, para nos mostrar quem realmente somos, a nossa verdadeira face.
​E você? Gostou do que viu em você?
Grecianny Carvalho Cordeiro
Promotora de Justiça

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