Jacaré, como era conhecido, faleceu na noite da última segunda. Começou trabalhando como vendedor na Livraria Cultura e fez diversos amigos no mundo do livro. Leonardo Neto é um deles e escreve sobre o amigo.
Dia desses, num exercício de inversão de papeis, eu fui entrevistado. Do outro lado da telinha, como bem manda o figurino de 2020, Volnei Canônica me perguntava qual a notícia que eu gostaria de dar. Eu respondi, de novo, invertendo as coisas: falei da notícia que eu não gostaria de dar. “Meu grande medo, Volnei, tem sido ter que noticiar a morte de um amigo em decorrência dessa doença”, eu disse emocionado, botando a mão na boca, como se quisesse me censurar.
Na noite passada, morreu um amigo muito querido. Não foi vitimado pela covid-19, mas por uma infecção bacteriana que dominou o seu corpo, mas a tristeza é igual. Daniel Novaes, ou Jacaré como nós carinhosamente o chamávamos, era uma pessoa solar. Dessas que exalam alegria. A nossa última conversa, ele estava em Praga e me escreveu perguntando “onde eu posso ser feliz aqui?”. Dei dicas de lugares pra ir, comer, beber, ver e ser visto. O nosso último encontro foi dos mais felizes. São essas as lembranças que quero guardar.
Daniel começou a sua carreira no livro em 2006, como vendedor na Livraria Cultura. Em 2016 seguiu para a BookPartners, onde fez carreira e saiu pouco antes da falência da empresa. Havia pouco mais de 11 meses que estava num novo emprego, fora do mercado do livro.
Vai deixar saudades.
Via PUBLISHNEWS
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