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REFLETINDO SOBRE A EDUCAÇÃO

Carlos Delano Rebouças*
Ao vermos tanta gente a sofrer com o desemprego, ou sem uma base profissional, ou mesmo com pouca formação técnica e científica que possa significar o pontapé inicial de uma trajetória profissional, de uma carreira de sucesso, logo aparece alguém para atribuir exclusivamente ao poder público a responsabilidade por esse desequilíbrio social. Contudo, não sejamos injustos em achar que é somente dele. Na verdade, embora seja dele a responsabilidade maior, essa conta deve ser rateada, cuidadosamente, com outros mais da sociedade.

A primeira instituição que conhecemos, via de regra, é a família, esta mesma que em tempos mais modernos vem ganhando uma nova cara, um novo formato e novas definições. Mudam as figuras, ou seja, algumas permanecem sob os paradigmas conservadoristas, outras nascem e renascem com características bem diferentes, mas com a mesma representatividade.

Logo conhecemos a escola. Hoje, aliás, já de algum bom tempo para cá, um grande berçário e refeitório onde se entrega o filho à cumulativa missão de educar e ensinar, fazendo das tias grandes avós, mães e babás; e dos coleguinhas, "amados irmãos. Nela, a maioria aprende muito, sem dúvida, pena que não seja muitas vezes o verdadeiro sentido da educação.

Ao estudar o pouco conhecido e quase anônimo educador Paulo Freire (alguém o conhece?), esse mesmo que, no ápice do absurdo em tempos de falso patriotismo exacerbado, tem suas teorias pedagógicas questionadas, em verso e prosa, até mesmo por pessoas que se dizem educadores, na mais clara e evidente manifestação negacionista de um homem que sempre entendeu a função transformadora e libertadora do homem em sociedade, numa perfeita relação com o mundo, numa via de mão dupla. Como dizia: "A educação, qualquer que seja ela, é sempre uma teoria do conhecimento posta em prática".

E o que praticamos de verdade pela educação que adquirimos? Aprendemos praticando e para praticar de verdade? A educação não está sendo um faz de conta para atender os mais diversos interesses da sociedade? Damos de fato o justo valor à educação? Somos, na real, o que essa educação faz de nós?

Deixamos esses questionamentos para que possamos refletir sobre o nosso papel na sociedade, sobre as nossas atitudes, sobre a nossa conduta como protagonistas de um mundo em constante transformação. Ficam também para servirem de instrumento motivacional para, quem sabe, não mais buscarmos culpados pelos nossos fracassos, mas sim responsáveis pelos grandes sucessos de todos nós.

*Professor de Língua Portuguesa e redação, conteudista, palestrante e facilitador de cursos e treinamentos, especialista em educação inclusiva e revisor de textos.

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