Pular para o conteúdo principal

O ANTÍDOTO DA APRENDIZAGEM

Carlos Delano Rebouças*
Vira e mexe, alguém me pergunta sobre o que fazer para aprender a língua portuguesa. Acredito que matemáticos, físicos, químicos e quaisquer outros profissionais de educação também são questionados sobre isso, sobre a os caminhos mais enxutos e fáceis para aprender. Há quem diga que existam. Quem sou eu para contrariá-los. Contudo, podem não ser tão práticos e fáceis como se pensa. Na verdade, nada é fácil, nós é que tornamos esse caminho menos difícil de percorrer. Estudar é um exercício, uma atividade constante de praticar a aprendizagem. É cuidar de um bem comum e transferível, numa via de mão dupla. É o absoluto abandono de uma condição passiva de sobrevivência em um mundo que insiste em pregar verdades que nem sempre o são, mas que na esfera da ignorância se aceita, sem resistência, como única e inquestionável. Dizem que o canal principal de aprendizagem é a leitura. Mas o que de fato é ler? É folhear livros na expectativa de uma gravura? É alimentar a expectativa de um final em meio à angústia de saber que ainda falta muito? Ler vai além da decodificação; perpassa a exclusividade dos escritos à tinta, enveredando-se na seara das descobertas, estas que envolvem também o ouvir, o tocar, o sentir e o perceber. Lemos por meio vasto de sentidos, e será que existe um exercício melhor? Embora acreditem que não, peço licença a todos e afirmo que sim. Não que seja concorrente, mas quem sabe um forte e poderoso aliado. E ele se chama interesse. É com esse primo-irmão da aprendizagem que o caminho em busca do conhecimento pode ser mais curto e fácil, ou menos difícil, e quem sabe passe a ser visto como uma fórmula do sucesso. *Professor de Língua Portuguesa e redação, conteudista, palestrante e facilitador de cursos e treinamentos, especialista em educação inclusiva e revisor de textos.

Comentários