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Pandemia muda homenagens às vítimas dos atentados de 11/9

Homem fotografa flores deixadas no memorial com nomes das vítimas do 11/9
A pandemia do novo coronavírus, que atingiu Nova York com força durante vários meses, deixando milhares de mortos, mudou não apenas a vida cotidiana na maior cidade dos EUA, como também as homenagens para as mais de 3 mil vítimas dos atentados contra o World Trade Center, que completam 19 anos nesta sexta-feira (11).

 

Máscaras, distanciamento social e homenagens com menos pessoas marcam a homenagem no ano do coronavírus aos mortos no 11 de setembro de 2001

Por R7

A tradicional leitura dos nomes das vítimas que morreram depois que os aviões atingiram as torres gêmeas na manhã de 11 de setembro de 2001 foi modificada. Nos anos anteriores, os familiares de cada uma das pessoas liam os nomes delas em uma cerimônia que se tornou tradicional.

Este ano, em uma tentativa de evitar aglomerações, a leitura dos nomes será gravada previamente e exibida em uma transmissão pela internet. O mesmo vai acontecer nas cerimônias em homenagens às pessoas que morreram na queda do voo 93, na Pensilvânia, e no Pentágono, em Washington.

"É um ano fora do comum, mas nunca tivemos dúvida de que faríamos uma homenagem. Os nomes serão lidos e serão ouvidos onde quer que as pessoas estejam. É um pouco inconveniente, mas vamos nos manter seguros dessa forma", disse a diretora do memorial, Alice Greenwald, em entrevista à rede de televisão NBC.

Mudanças e tradições

No memorial Ground Zero de Nova York, os parentes das vítimas poderão comparecer para prestar suas homenagens durante as cerimônias, mas para evitar as aglomerações, a organização espalhou alto-falantes pelo parque, para que as pessoas possam ouvir a leitura e manter o distanciamento social.

Outras tradições que serão mantidas incluem o toque de um sino no horário de cada um dos ataques, a presença de uma guarda de honra e, à noite, os dois enormes holofotes que projetam feixes de luz azul simbolizando as duas torres serão acesos.

As máscaras, o álcool gel e o distanciamento social são as principais novidades. Não apenas na cerimônia, mas também no museu do memorial, que está fechado desde março por causa da pandemia, mas será reaberto para os parentes de vítimas nesta sexta e para o público em geral no sábado.

Uma outra homenagem aconteceu na quarta-feira (9), na sede do Corpo de Bombeiros de Nova York, quando os nomes de 27 bombeiros, socorristas e paramédicos que morreram no último ano em decorrência de problemas de saúde causado por substâncias que eles ingeriram ou aspiraram enquanto socorriam as vítimas dos atentados, foram acrescentados ao memorial da corporação.

Segundo o Corpo de Bombeiros, desde o 11 de setembro de 2001, 226 membros da corporação morreram nessas condições, além dos 346 que morreram no dia dos ataques.

Parentes insatisfeitos

Apesar de muitos familiares dizerem que entendem a cerimônia diferente em 2020, alguns acreditam que o lema "never forget" ("nunca esquecer", em inglês) está sendo deixado de lado e que a pandemia é uma desculpa para isso.

"Gostaria que eles não esquecessem, mas parece que estão tentando", disse o bombeiro aposentado Jim Riches, que perdeu o filho, Jimmy, também bombeiro, em 2001. 

Para essas pessoas, uma segunda entidade vai promover uma cerimônia a algumas quadras do memorial, onde elas poderão ler em voz alta os nomes dos familiares, como fazem todo dia 11 de setembro, há 19 anos.

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