Pe. Geovane Saraiva*
Não hesitar em pensar na angústia
humana, mas, em forma de poesia, num refinado e açucarado mel; esta é a vontade
divina, sabedoria que está muito além da euforia, sendo plena e perfeita
alegria, ao pulsar no coração dos irmãos. Ainda mais próximo do coração da
mensagem cristã, anúncio e promessa de Jesus de Nazaré, percebe-se a salvação
pelo amor ao trabalho, retribuição e alívio pelo fardo pesado. Pela entrega à
morte de um só “justo”, a humanidade envolvida em mistério caminha na
expectação do feliz chamado, quando se despertará diante do que não se pode
contestar incomparável alegria, que é a ressurreição.
O desejo de Deus, pelo avanço da
ciência e tecnologia, capaz de produzir saúde, alimentação, habitação, é o
repouso, caminho inquestionável, irradiação e pregação difusa. Como família dos
filhos de Deus, que a concretude de nossa vida seja contemplada em Deus, como
os pais contemplam seus filhos que crescem, ou quando se observam as obras, que
a criatura acabou de realizá-las. Que em todos se desperte a consciência do
quanto o nosso trabalho é, de fato, uma tarefa com outros neste mundo, isto é,
na colaboração com Deus, o criador.
No livro do Gênesis, constata-se
o sentido alegórico e poético da vida como um todo, mas com o rigor da razão e
muito mais ainda com a fé, na lúcida insuspeição, no contemplar da origem de
tudo que existe. Urge da nossa parte, criaturas de Deus, colocar o projeto de
vida, alimentação com o esforço de toda a multidão, acima de interesses ou
projetos pessoais, com elevada gratidão.
*Pároco de Santo Afonso,
blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da Academia Metropolitana
de Letras de Fortaleza (AMLEF).
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